Youtuber não é trabalho e monetização deveria ser proibida

Vivemos em um distopia idiossincrática onde uma mulher que exibe seus belos traseiros no Instagram ganha mais dinheiro do que um trabalhador que arrisca suas vidas em uma mina de carvão.

Eu falo com as pessoas lá fora e sempre ouço: "Ain, deixa os outros fazerem o que querem, não está prejudicando ninguém" "Ainda, cada gasta o dinheiro com o tipo de entretenimento que quiser, não curte não assiste, não compra.". Só que não é bem assim não tá.

As pessoas lá fora são individualistas demais e enquanto algo não está afetando elas diretamente então está tudo bem. Isso é incapacidade de vislumbrar os danos causados à sociedade em um cenário maior. É por isso que essas pessoas não estão aptas a serem gestores públicos ou privados, pois líderes verdadeiros tem a visão muito além de seus umbigos. Ou seja, essas pessoas lá de fora são gado conformista ou residentes da Ancaplândia, onde vivem gnomos, fadas e unicornios. É exatamente esse público ingênuo o visado pelos influencers.

Vou explicar quais os danos causados por essa prática:

1 - Danos econômico e cultural: O primeiro efeito de de se banhar em uma banheira de brigadeiro feita com 100 latas de leite condensado é que logo de cara o preço deste produto vai aumentar no mercado local, onde o streamer comprou o produto, pela lei da oferta e demanda. Agora imagina se essa moda pega e todos resolvem se banhar em leite condensado como o retardado em questão, como ficaria o preço? Tratar comida como brincadeira e lixo não é bonito, isso estimula a cultura do desperdício enquanto há pessoas em situação de extrema pobreza.

2 - Mais danos culturais na sociedade: Pergunte a uma criança hoje se vale a pena estudar e arrumar uma profissão. Provavelmente vai responder: "Não tio, eu não quero escola nem faculdade, não quero ser professor nem médico, quero ser youtuber, jogador de futebol ou funkeiro quando crescer porque dá muito mais grana. Meu sonho é me banhar com todos os líquidos possíveis e que as pessoas paguem pra assistir isso". Essa é uma das razões porque ninguém quer mais trabalhar hoje em dia, os valores invertidos desestimulam as pessoas.

Fçam um breve exercício menta: Imagine um povoado com 1000 habitantes, em que todos são fazendeiros: Esse povo sobreviveria? Sim, pois a necessidade humana mais básica pelo menos estaria suprida (alimentação). Agora suponha que mesmo povoado apenas vivam youtubers, funkeiros e jogadores de futebol. Eles sobreviveriam? Essas "profissões" são inúteis, pois não geram nada de valor tangível que se possa comer. Quando o sistema econômico passou de economia de produção para ecconomia de capital, esses pessoas surgiram pra parasitar o excesso de capital acumulado pelos ricos, e ainda são idolatrados.

Quem financia isso são mesmas grandes empresas que gastam rios de dinheiro em marketing, quem no fim das contas vai parar na mão de youtubers, influencers e jogadores de futebol. Ainda que o marketing possa alavancar o lucro da empresa, investir no bem estar de seus coladoradores aumentaria ainda mais a produtividade.

Uma alternativa a completa proibição da monetização de conteúdo seria o governo obrigar por lei que a cada centavo investido em publicidade um centavo extra seria adicionado a folha de pagamento. Se uma empresa tem dinheiro pra esbanjar em marketing, as vezes em anúncios grotescos feitos por IA no youtube, então certamente pode pagar mais impostos ou pagar melhor seus funcionarios. Lógico que não desejo que as empresas paguem mais impostos, mais saibam que Agências de Marketing podem ser usadas também pra Elisão Fiscal. Pensem nisso.

Se algum CLT lá fora acha que isso é justo e livre nercado, tem mais é que tomar no cu mesmo. Se esse é o ápice do sistema Capitalista, então eu prefiro um Comunismo à moda soviética.